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domingo, outubro 05, 2003


Os dreads de Portugal... (Casos verídicos!) 

Tempos houve em que os dreads eram respeitados. E faziam por isso. Vandalizavam espaços publicos com graffitis. Assaltavam os putos do 5º ano. Usavam camisolas largas que tinham visto no chapitô (mas com números nas costas). Ouviam música barulhenta em inglês (em português nada, tinha mesmo de ser numa lingua que eles não compreendessem). Fumavam ganzas.

Mas os tempos estão a mudar. E a mentalidade dread também. Em poucos dias, vi três situações que me chocaram. Primeiro vi dois dreads. Como é habitual, um deles transportava o mítico rádio ao ombro. Nada de novo até aqui. Mas esse rádio, "emanava" uma melodia de um autor que é uma lufada de ar fresco na discoteca dos dreads: "Iran Costa - Ah, eu tou maluco".
No dia seguinte, no metro, vi um dread com um terço ao pescoço. Só esta imagem já era bastante deprimente. Mas conseguiu ser ainda pior, quando reparei que era um terço daqueles que brilha no escuro. A última situação a apontar, vem novamente no âmbito da música que os dreads ouvem. Pela primeira vez, vi alguém no comboio com um Walkman a ouvir "Romana - Não és homem p'ra mim".

O panorama dread português está a mudar. Está a ficar muito mais nacionalista. Prevejo então que a curto prazo outros hábitos venham a mudar nesta "classe". Os grafittis pretenderão apelar à harmonia com os polícias. Em vez das ganzas, passarão a consumir produtos nacionais. Os oregãos e as bolas de naftalina serão assim os naturais sucessores. Os assaltos aos miudos do 5º ano serão substituídos por abordagens para se converterem a Testemunhas de Jeová. Resta saber pela qual os miúdos vão ficar mais apavorados.


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